Um recente levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Datafolha revelou que mais da metade dos brasileiros acredita que a economia do país piorou nos últimos meses. Esta pesquisa, divulgada neste domingo (6/4), ouviu 3.054 pessoas em 172 municípios, com uma margem de erro de dois pontos percentuais. Esta é a primeira vez, durante o terceiro mandato do presidente Lula, que a maioria dos entrevistados expressa uma visão negativa sobre a situação econômica.
Os dados indicam que 55% dos entrevistados percebem uma piora na economia, enquanto 21% acreditam que o cenário melhorou. Outros 23% afirmam que a situação permaneceu inalterada, e 1% não soube responder. O grupo que vê uma piora na economia cresceu 10 pontos percentuais em comparação com a pesquisa anterior, realizada em dezembro do ano passado.
Como os brasileiros avaliam a economia?

Além de avaliar a situação atual, a pesquisa também questionou os entrevistados sobre suas expectativas para os próximos meses. Para 36% dos participantes, a economia tende a piorar, enquanto 29% acreditam em uma melhora. Já 32% esperam que a situação permaneça a mesma. Esses números refletem um aumento no pessimismo em relação ao levantamento anterior, onde o índice dos que previam uma piora era menor.
Quais os impactos e reações?
O aumento no pessimismo econômico pode ter diversas causas, incluindo fatores internos e externos que afetam a economia brasileira. A percepção de piora pode influenciar o comportamento dos consumidores e investidores, gerando um ciclo de retração econômica. Além disso, a confiança na gestão econômica do governo pode ser afetada, levando a um debate mais intenso sobre as políticas econômicas adotadas.
Impactos:
- Mercado Financeiro: A desconfiança na economia pode impactar negativamente o mercado financeiro. Investidores podem se tornar mais cautelosos, levando a uma possível fuga de capitais, desvalorização da moeda (como observado na alta do dólar após temores sobre tarifas de Trump), e queda na bolsa de valores.
- Política Econômica: O governo pode sentir pressão para adotar medidas que visem a recuperação da confiança, como anúncios de novas políticas econômicas, reformas fiscais ou tentativas de controle da inflação. A pesquisa pode influenciar o debate público e as prioridades do governo.
- Comportamento do Consumidor: A falta de confiança na economia geralmente leva a um comportamento mais cauteloso por parte dos consumidores. Isso pode resultar em redução do consumo, aumento da poupança e adiamento de grandes compras, afetando o comércio e a produção.
- Investimento Empresarial: Empresas podem adiar planos de investimento e expansão devido à incerteza econômica e à percepção de um mercado consumidor retraído.
- Popularidade do Governo: A desconfiança na economia tende a impactar negativamente a avaliação do governo vigente. Ele pode ser responsabilizado pela situação econômica, levando a uma queda em sua popularidade e aprovação.
- Debate Político: A pesquisa pode intensificar o debate entre o governo e a oposição, com cada lado utilizando os dados para defender suas posições e criticar o outro.
Como a pesquisa foi conduzida?
A pesquisa do Datafolha foi realizada entre os dias 1 e 3 de abril de 2025, abrangendo uma amostra representativa da população brasileira. Os entrevistados foram selecionados em 172 municípios, garantindo uma diversidade de opiniões e contextos socioeconômicos. A margem de erro de dois pontos percentuais permite uma análise precisa das tendências de opinião pública.
Com base nos resultados da pesquisa, é possível que o governo enfrente desafios significativos para reverter a percepção negativa da economia. Medidas que incentivem o crescimento econômico e a confiança dos consumidores podem ser necessárias para melhorar o cenário. Além disso, a comunicação eficaz das políticas econômicas pode ajudar a alinhar as expectativas da população com as ações do governo.