Em 27 de março, a pasta de dente Colgate Total Clean Mint foi retirada do mercado após relatos de consumidores sobre efeitos adversos. As queixas incluíam inchaço nas amígdalas, lábios e mucosa oral. No mesmo dia, a Colgate entrou com um recurso para suspender a interdição, alegando que o produto era seguro, mas que algumas pessoas poderiam ter sensibilidade a ingredientes como fluoreto de estanho, corantes ou sabores.
O recurso foi aceito em 30 de março, permitindo que a pasta voltasse a ser vendida, embora com um alerta sanitário. No entanto, nesta quarta-feira (30/4), a Anvisa restabeleceu a suspensão após a Colgate retirar seu recurso. A empresa justificou a decisão como parte de uma colaboração contínua com a Anvisa e o avanço das investigações técnicas.
Por que a pasta de dente da Colgate foi interditada?
A Anvisa relatou ter recebido oito notificações envolvendo 13 eventos adversos relacionados ao uso da pasta de dente. Nas redes sociais, consumidores compartilharam imagens de reações alérgicas, como vermelhidão e inchaço. Denise Correia Santiago, de Santos (SP), relatou que a pasta parecia “mais forte” desde o primeiro uso, e que após cinco dias, começou a apresentar sintomas de vermelhidão e queimaduras.
Apesar desses relatos, a Colgate reafirmou a segurança e qualidade do produto, afirmando que ele segue os rígidos padrões das agências regulatórias. A empresa continua disponível para esclarecer dúvidas sobre o creme dental através de seu canal oficial de atendimento.

Os principais pontos que levaram à interdição foram:
- Relatos de reações adversas: A Anvisa recebeu diversas notificações de consumidores que apresentaram sintomas como lesões bucais, sensações dolorosas, queimação/ardência, inflamação gengival e edema labial após o uso do produto.
- Impacto na qualidade de vida: A agência reguladora destacou que esses sintomas impactaram significativamente a qualidade de vida dos consumidores, chegando a causar custos médicos, afastamento do trabalho, dificuldades para se alimentar e se comunicar, além de sofrimento emocional.
- Possível causa: Fluoreto de estanho: Uma das hipóteses levantadas pela Anvisa é que a inclusão da substância fluoreto de estanho na nova fórmula do Colgate Total Clean Mint poderia ser a causa das reações.
- Medida cautelar: A interdição foi uma medida cautelar, com o objetivo de proteger a saúde dos consumidores enquanto investigações mais aprofundadas eram conduzidas.
Qual é a posição da Anvisa e da Colgate?
A Anvisa emitiu uma nota confirmando a retomada da interdição cautelar do produto, que havia sido suspensa devido ao recurso da Colgate. Com a retirada do recurso pela própria fabricante, a interdição voltou a vigorar. A agência mantém a postura de cautela até que as investigações sejam concluídas.
Anvisa:
“A vigência da interdição cautelar referente ao produto Colgate Total Clean Mint, determinada em 27 de março deste ano, foi retomada.
A medida estava suspensa em razão de um recurso da empresa, porém a própria fabricante retirou o recurso, que tinha efeito suspensivo sobre a interdição. Assim, a interdição do produto continua em vigor.”
Por outro lado, a Colgate, em sua nota oficial, destacou que a retirada do recurso foi motivada pela colaboração com a Anvisa e pelo progresso nas investigações. A empresa expressou confiança em uma resolução rápida e reafirmou a segurança do Colgate Total Clean Mint.
Colgate:
“A Colgate confirma que em 29 de abril de 2025 apresentou perante a ANVISA seu pedido de retirada do recurso contra decisão que determinou a interdição temporária do produto Colgate Total Clean Mint, implicando assim que a medida cautelar retoma a sua validade. A decisão da Colgate é incentivada pela colaboração contínua com a Anvisa e pelo avanço das investigações técnicas junto à agência. A empresa acredita numa resolução oportuna do tema. A Colgate reafirma a segurança e qualidade do seu produto Colgate Total Clean Mint, o qual segue os rígidos padrões das agências regulatórias. Seguimos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o creme dental Colgate Total Clean Mint por meio do nosso canal oficial de atendimento.”
Como a situação afeta os consumidores?
Para os consumidores, a situação gera incertezas sobre a segurança do produto. Aqueles que experimentaram reações adversas estão cautelosos, enquanto outros aguardam esclarecimentos das autoridades e da fabricante. A interdição serve como um lembrete da importância de monitorar reações a produtos de higiene pessoal e de reportar quaisquer efeitos adversos às autoridades competentes.
O caso também destaca a necessidade de transparência e comunicação eficaz entre fabricantes, reguladores e consumidores para garantir a segurança e a confiança nos produtos disponíveis no mercado.