O batom usado para escrever “perdeu, mané” na estátua da Justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos de 8 de janeiro de 2023 virou símbolo do protesto bolsonarista realizado neste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação foi convocada em defesa da anistia aos condenados pelos protestos e contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete governadores aliados.
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No centro da mobilização estava a figura de Débora Rodrigues dos Santos, a cabeleireira que escreveu a frase com batom na escultura em frente ao STF e que ficou mais de dois anos presa preventivamente. Atualmente em liberdade, ela responde a processo em que o ministro Alexandre de Moraes propôs pena de 14 anos, por cinco crimes.
Débora se torna símbolo da campanha por anistia
Cartazes, músicas e performances artísticas exaltaram Débora como símbolo de resistência. Em diversos pontos da Avenida Paulista, manifestantes exibiram batons infláveis gigantes, camisetas personalizadas e faixas pedindo sua absolvição.
Com um tom de protesto e apelo popular, músicas sertanejas e de trap foram tocadas em sua homenagem. Entre os versos, frases como:
“Com o batom na mão, ela acordou a nação”.
As letras criticavam o que os organizadores consideram penas desproporcionais impostas aos envolvidos nos protestos, especialmente àqueles que não participaram de atos violentos ou de depredação.
Bolsonaro e governadores defendem anistia e criticam excessos
Além de Bolsonaro, o evento contou com forte presença política. Subiram ao palanque os governadores:
- Ronaldo Caiado (União-GO)
- Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP)
- Romeu Zema (Novo-MG)
- Ratinho Júnior (PSD-PR)
- Jorginho Mello (PL-SC)
- Mauro Mendes (União-MT)
- Wilson Lima (PL-AM)
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), também compareceram ao ato.
Durante os discursos, a pauta da anistia foi defendida como um gesto de justiça e equilíbrio, ainda que os próprios governadores tenham reconhecido que os atos de 8 de janeiro foram graves.
“O sentimento é nacional. Os atos são indefensáveis, mas a pena está acima do que seria razoável”, declarou Ronaldo Caiado, que dividiu o palanque com Bolsonaro dois dias após lançar sua pré-candidatura à Presidência.